quinta-feira, 12 de agosto de 2010

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA ESCRITA



DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA ESCRITA
De acordo como escreveu Piaget, se o desenvolvimento acontece de dentro para fora e o ambiente pode influenciar muito esse desenvolvimento, podemos dizer que uma criança que possui um ambiente favorável à leitura e escrita, ela poderá iniciar o processo da escrita muito antes do que se espera e com menor dificuldade.
A criança que tiver um maior contato com a escrita ela poderá a diferenciar o desenho da escrita e iniciar suas primeiras tentativas de escrita, baseando-se na forma de traços contínuos, bolinhas, linhas verticais, etc.
Nesse momento significa que ela conseguiu distinguir a escrita de um desenho, mas ainda não consegue interpretar, compreender e expressar suas idéias usando corretamente as letras, palavras, frases, etc.
Sabemos que a escrita é um meio de comunicação, e a escrita de uma criança só tornará esse meio de comunicação, se o outro conseguir entender e compreender o que ela escreveu, se o outro não compreender e não entender, então significa que ela ainda não conseguiu se comunicar pela escrita.
Enfim, para escrever, é necessário além de conhecer e compreender as letras, saber coordenar as idéias, coordenar a mão, a mente e os olhos, compreender que para escrever, é preciso prestar atenção na parte sonora, na escrita como um todo, e não partificá-Ia.
Para se chegar à escrita como um todo, a criança terá que ter o domínio e o conceito de seriação, classificação, correspondência de um a um, ter o domínio da coordenação motora, velocidade, tendência para movimentos horizontais e verticais, traçado correto das letras, etc., caso ela não tenha um desses domínios ficará difícil para ela conseguir escrever algo.
Professores, precisam estar atentos no processo da aquisição da escrita de uma criança para poder perceber se o processo de aprendizagem da escrita apresenta alguma falha, para isso é necessário observar todos os 'parâmetros da escrita, grafema, ortografia, coordenação motora, etc., caso apresente alguma dificuldade em alguns desses pontos, é recomendável encaminhar a criança para um profissional que trabalhe nessa área da escrita como: psicopedagogo, fonoaudiólogo, etc para descobrir a origem da dificuldade e trabalhar o quanto antes.
É preciso deixar claro que se uma criança apresentar alguma dificuldade na escrita como: disgrafia, disortografia ou outra dificuldade da escrita, não significa que ela seja incapaz ou que possui uma memória insuficiente, mas sim, é uma criança com um nível de memória normal, mas que possui uma dificuldade o qual precisa ser trabalhada.
 A dificuldade da escrita trabalha com a questão do ato de escrever e toda a sua estrutura gramatical, ortográfica fonética, etc, pois a construção da escrita é um dos últimos processos de aprendizagem e um dos mais complexos a ser adquirido pelo homem.
Esse trabalho tem como -objetivo mostrar como se desenvolve o processo da escrita em uma criança e quais são os caminhos percorridos para chegar em uma escrita coerente, ortográfica, com a grafia adequada, etc. Muitas crianças que apresentam a dificuldade da escrita, também apresentam dificuldade na leitura, uma vez que não consegue visualizar corretamente a palavra, letra, não conseguirá escrever também corretamente, mas isso não quer dizer que todas as crianças que possuem uma dificuldade na escrita não lerão bem, pelo contrário, muitas acabam compensando a dificuldade que tem na escrita, na leitura. Essa dificuldade da escrita, muitos autores a chama de disgrafia, e essa disgrafia poderá ser de âmbito visuomotor e para isso há vários exercícios sensoriasI para desenvolver a habilidade do ato de escrever.
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INDICADORES PARA A AVALIAÇÃO DE CONTEXTOS EDUCATIVOS EM CRECHE: articulando pesquisa pedagógica e formação profissional.


INDICADORES PARA A AVALIAÇÃO DE CONTEXTOS EDUCATIVOS EM CRECHE: articulando pesquisa pedagógica e formação profissional.


INDICADORES PARA A AVALIAÇÃO DE CONTEXTOS EDUCATIVOS EM CRECHE: articulando pesquisa pedagógica e formação profissional.

GT 07 - Educação de Crianças de 0 a 6 anos
Eloísa Acires Candal Rocha – UFSC
Giandréa Reuss Strenzel – UFSC

Diferentes estudos[1] na área educacional em nível nacional e internacional têm afirmado as possibilidades de consolidação da relação teoria/prática na ação pedagógica, quando acompanhadas de intervenções investigativas que incluem o ponto de vista dos sujeitos da relação educativa. 
A presente pesquisa em andamento, tem como principal objetivo identificar indicadores de avaliação dos serviços oferecido às crianças menores de três anos de idade, a partir do ponto de vista de seus profissionais.  Tendo em vista a qualificação do trabalho pedagógico de professores de educação infantil (na creche), esta pesquisa está sendo desenvolvida com um grupo de quatro professoras que trabalham desde o ano de 2000 com meninas e meninos menores de três anos numa certa creche, estagiárias do curso de Pedagogia que estiveram atuando nestes grupos infantis e dois pesquisadores. [2]
Sendo a Educação Infantil um campo de conhecimentos recente que tem apresentado  possibilidade de construir pressupostos cada vez mais voltados para uma infância concreta ,  visamos integrar este processo de pesquisa aos níveis de formação inicial e continuada. Nesta perspectiva, a formação inicial no curso de Pedagogia tem procurado orientar-se para uma articulação entre o processo de formação inicial e a prática pedagógica dos profissionais que já atuam com as crianças pequenas através de projetos de intervenção investigativa no processo pedagógico desenvolvido no interior de creches e pré-escolas.
O estabelecimento de pressupostos teóricos comuns e a construção coletiva de interrogações sobre a prática pedagógica vem possibilitando por um lado a  definição de indicadores para a formação inicial e, por outro remetem a reorientações da prática pedagógica dos professores que já estão atuando com as crianças. Neste processo a escuta dos professores, suas necessidades, suas dúvidas e reflexões vem sendo acompanhadas de um intenso registro e análise das situações educativas cotidianas com crianças de 0 a 3 anos de idade através da escrita e de vídeo gravações com o objetivo de conhecer a ação das crianças neste contexto.
Esta vertente é fruto de estudos que vem sendo desenvolvidos por este grupo de pesquisadores em particular, visando construir uma metodologia investigativa que toma como  foco da atuação do professor de Educação Infantil a própria criança e os modos de constituição da cultura infantil no interior da creche.
Esta pesquisa busca dar continuidade às reflexões que já vinham sendo realizadas por este  grupo de professoras e estagiárias. Originárias da prática pedagógica as questões e encaminhamentos orientavam-se em torno dos seguintes aspectos da práticas com as crianças na creche: a necessidade de integração das crianças dos diferentes grupos etários (quatro grupos entre 0 e 3 anos);  o planejamento coletivo das atividades a serem desenvolvidas com os grupos; a maior participação das famílias nos processos pedagógicos. Da mesma forma os professores vinham fortalecendo a parceria entre os diferentes profissionais e possibilitando a participação das estagiárias nestas reflexões.
Pesquisar sobre a prática pedagógica desenvolvida com as crianças de 0 a 6 anos nesta perspectiva, possibilita dar voz aos protagonistas do processo. Ouvir, valorizar e considerar os saberes construídos das professoras, das crianças e suas famílias em conjunto tem sido um encaminhamento deste grupo de pesquisadores através da construção coletiva dos projetos de atuação nas reuniões semanais para a avaliação e encaminhamentos sobre a atuação nos grupos.
Alguns pesquisadores[3] brasileiros têm orientado suas pesquisas sobre a prática pedagógica partindo destes pressupostos. No entanto, estes têm se dedicado a construção de conhecimentos no (e para) o ensino fundamental e médio, o que nos faz perceber que na área da Educação Infantil os saberes dos professores e a condição de ser professor de Educação Infantil são questões ainda pouco debatidas, ou seja, conhecimentos ainda por serem construídos.
Pretendemos assim, 
“... contemplar um processo de construção coletivo envolvendo estes protagonistas sem pontos de chegada pré-definidos que não seja o desejo de um viver solidário, feliz e pleno de possibilidades controladas unicamente pelo respeito ao outro e à natureza, inspirados pela paz e pela liberdade. ... o ponto de chegada do processo é um contínuo reconstruir-se que nasce do debate suscitado pelo encontro das diferentes racionalidades: a das crianças, a das professoras, a dos pais e a dos pesquisadores”. (........).[4]
A possibilidade de refletir em conjunto o que já ocorreu, buscando aprofundamentos e novos encaminhamentos, aliadas às discussões teóricas e a experiência de cada professora fez com que elegêssemos alguns pontos para serem melhor aprofundados daqui para frente no grupo de pesquisa.

Primeiras respostas e novas indagações:

Estas são as primeiras aproximações do grupo colocadas no início dos encontros, que deram margem a outras inquietações que estão em fase de discussão.
Partimos de algumas perguntas originadas das práticas para serem respondidas no decorrer dos encontros entre as professoras, estagiárias e  pesquisadores. Entre elas, a primeira questão foi a definição das finalidades fundamentais na educação das crianças de 0 a 3 anos na creche.
Para os investigados a finalidade da creche está em oferecer vivências diferentes daquelas vivenciadas em casa pelas crianças; no convívio com outras crianças coetâneas e de diferentes idades e ainda com diferentes adultos; na construção de conhecimentos e no favorecimento das diferentes dimensões humanas através da manifestação e expressão do pensamento e dos sentimentos e na realização de experiências num espaço desafiador.
A orientação pedagógica para a ação junto às crianças tem como origem elas próprias. Conhecer o que elas fazem e o que produzem, ouvi-las. Os acontecimentos do cotidiano orientam-se para a diversificação, a ampliação das oportunidades das crianças, para as s vivências diferenciadas e o convívio com outras crianças.
O papel da professora neste contexto se dá pela mediação, na relação com o espaço, da expressão corporal para a expressão oral, na abertura das diferentes linguagens e da brincadeira; para a garantia da segurança e no estabelecimento de parceria com a família.

Os objetivos educativos  com as crianças não tem pontos de chegada, mas dirigem-se para as relações estabelecidas no cotidiano com as outras crianças, com os adultos no tempo e no espaço da creche.

Bibliografia:
·         ANDRÉ, Marli et al. O Papel da Pesquisa na Formação e na Prática dos Professores. Campinas,S.P.: Papirus, 2001.
·         BORGHI, B. Q. “As Escolas Infantis Municipais de Modena I: o modelo”. In: ZABALZA, M. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre. Artes Médicas,1998. p93-108.
·         FORMOZINHO, Júlia. “Contextualização do Modelo Curricular High/Scope no âmbito do “Projeto Infância”. In: ZABALZA, M. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre. Artes Médicas,1998. P141-170.
·         GARUTI, N. “As escolas infantis de Módena II: as práticas educativas”. In: ZABALZA, M. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre. Artes Médicas,1998, p. 119-140.
·         GERALDI, Corinta M. G. et al. Cartografias do Trabalho Docente. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1998.
·         LÜDKE, Menga et al. O Professor e a Pesquisa. Campinas, SP: Papirus, 2001.
·         PORTUGAL, Gabriela. “Qualidade de contextos pré-escolares: Cinco perspectivas segundo L. Katz. In: Cadernos de Educação de Infância. Lisboa, Portugal, no 42, p.15-17, nov. /dez. 1998.
·         ROSEMBERG, Fúlvia. Avaliação de Programas, Indicadores e Projetos em Educação Infantil. p 1-14. s/d.


[1] Rosemberg, 2000; Formozinho, 1998; Borghi, 1998; Garuti, 1998).
[2] Paralelamente está em andamento outra pesquisa que tem como objetivo analisar estes indicadores e a expectativa das famílias sobre o serviço oferecido à elas na creche.
[3] Geraldi et al, 1998; André et al, 2001; Lüdke, 2001; etc.
[4] Algumas referências e bibliografias foram omitidas para garantia de anonimato do trabalho.