sábado, 31 de julho de 2010

EXPERIÊNCIA COM PROJETOS CRIANÇAS DO MATERNAL



Projetos com crianças de 1ano e 8 meses  a 3 anos
Quando a criança de 2 anos  chega à Escola traz consigo uma experiência, um modo de viver e de manifestar-se, de conhecer e de interagir com o mundo. Uma  das tarefas da educação infantil é a de auxiliar as crianças muito pequenas a aperfeiçoarem tais estratégias e a adquirirem novas.
 A primeira infância – dos zero aos três anos – é uma etapa dominada pelos instintos e reflexos, que possibilitam as primeiras adaptações, a descoberta do ambiente geral e caracteriza-se pelo início da atividade simbólica. É o momento em que os seres humanos são quase inteiramente dependentes dos adultos. Com essas características grupais, está claro que as crianças bem na educação infantil, precisam de um modo muito específico de organização do trabalho pedagógico e os projetos podem ser um eficiente instrumento de trabalho para os educadores.
Os projetos com crianças pequenas tem seus temas derivados basicamente da observação, da leitura que a educadora realiza do grupo e de cada criança. Ela deve prestar atenção ao modo com as crianças agem e procurar dar significado às suas manifestações. É a partir dessa observação que ela vai encontrar os temas, os problemas, as questões referentes aos projetos. Nessa faixa etária, como já afirmamos anteriormente, uma das tarefas fundamentais do  educador  é a de organizar o espaço – interno (da sala de aula) e externo (pátio). Esse espaço deve incentivar e estruturar as experiências corporais, afetivas, sociais e de linguagem da criança.
É necessária uma familiarização com o ambiente, que deve estar bem estruturado, mas flexível e passível de mudanças. Os materiais também devem modificar-se ao longo do ano, acompanhando a trajetória do grupo – suas novas aquisições, necessidades, interesses. O ambiente, isto é, a sala das crianças, deve ser visto como parte integrante da ação pedagógica, interferindo como um educador auxiliar que não é neutro, mas provocador de aprendizagem.
 O uso do vídeo e de fotos das ações das crianças pode auxiliar na coleta de informações sobre o grupo, pois nessa faixa etária o projeto escrito é muito mais uma necessidade do educador do que das crianças. Após refletir sobre a proposta de projeto com seus pares e iniciar as atividades, é importante que o educador saiba que este será modificado de acordo com as situações, com as crianças e com o retorno das famílias.

Mônica Gevason Alvim
Coordenadora da Educação Infantil

Bibliografia:
Pedagogia de Projetos:
HERNÁNDEZ, Fernando. Os Projetos de Trabalho e a necessidade de transformar a escola (I e II) In Revista Presença Pedagógica nos. 20 e 21, mar/abr 1998 e mai/jun 1998. 

LEITE, Lúcia Helena Alvarez. Pedagogia de Projetos - intervenções no presente In Revista Presença Pedagógica no. 8, mar/abr 1996. 

LEITE, Lúcia Helena Alvarez. A Pedagogia de Projetos em Questão In Reflexões sobre a Prática Pedagógica na Escola Plural, 1995/1996.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida - "O Jogo e a Educação Infantil"- São Paulo: Pioneira, 1998 KRAMER, Sônia - "Com a Pré-Escola nas Mãos - Uma Alternativa Curricular para a Educação
 





Nuances e Afetividade na Educação



Nuances e Afetividade na Educação



       
Olho para o mundo e vejo a pujança do modelo capitalista, refletida no amplo alcance das novastecnologias e na efervescência socioeconômica ecultural dentro da dita “Aldeia Global”.
Paradoxalmente, percebo um hiato no espectro das relações humanas, em que a máxima proferida por Charles Chaplin em 1940, quando do fi lme O Grande Ditador, permanece atualíssima e plenamente aplicável. Nela, o cineasta – e pensador – afi rma que “criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. [...] Pensamos em demasia e sentimos bem pouco”.
Na tentativa de inserir este viés de análise na seara
da educação, me remeto ao cotidiano escolar, do qual sou integrante, e enxergo o refl exo do conteúdo
supracitado, porém vislumbro a possibilidade da transformação humana através deste espaço.
O educandário deve ser percebido como uma instância do mundo globalizado, que lida com o saber científico, com as demandas do mundo do trabalho, mas, acima de tudo, que trabalha com a vida.
Tem no ser humano a sua matéria-prima.Para que a escola consiga dirimir o hiato entre o pensar e o sentir, um elemento irrompe como essencial: a satisfatória relação educador-educando.
O jornalista e educador Gilberto Dimenstein afirma
que “só existe um motor do aprendizado: paixão e curiosidade”.Diante de tal consideração, não é leviano pensar que afeição, amizade e amor – aliados à excelência do saber acadêmico – são elementos indispensáveis à libertação de mentes e corações humanos das

amarras e trevas da ignorância. Conseqüentemente, torna-se nítida a possibilidade de atuação da escola
como uma das ferramentas de ajuste social. Obviamente, não desejo conferir à educação um caráter messiânico.
O que de mim ecoa, como um brado, é a urgência de percepção acerca da importância da afetividade na relação professor-aluno. Não será mais propício ao pleno desenvolvimento das múltiplas habilidades do ser-educando a configuração de uma atmosfera cordial e solidária no âmbito da sala de aula, onde valores nobres – como respeito e reconhecimento – sejam difundidos e percebidosem termos práticos?
Afinal, a necessidade de amar, ser amado, reconhecido,
compreendido e pertencente a um grupo é
inerente ao ser humano. Não devemos perceber a
afetividade como um risco à autoridade do professor.
Esta, certamente, pode ser edificada em bases amorosas e, concomitantemente, ser reconhecida por meio do respeito, sem que se caia na esparrelado autoritarismo.
Mesmo em meio aos antagonismos da ordem capitalista, e diante dos  problemas do mundo, podemos desempenhar com altivez o nosso pequeno papel diante do todo, como bem recomendara o mestre Paulo Freire.
Tal desempenho, com afetividade, pode ser mais interessante, pois o próprio Chaplin nos alerta que “mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido”.
Pensemos nisso. _
Túlio Grégory Morais dos Santos

EDUCAÇÃO INFANTIL


Educação Infantil

Espaço de muitos saberes, onde se valoriza cada sujeito, estimulando a troca de conhecimentos e respeitando as singularidades presentes no grupo.
A observação e a mediação das relações estabelecidas e dos saberes potencialmente construído, fazem parte do nosso cotidiano escolar, bem como a escuta e o olhar atento de todos os membros da equipe Saci  , dando o melhor de si, com diretrizes claras do que é a Educação nessa fase belíssima da vida.
Objetivos da Educação Infantil
1.1. Oportunizar a criança condições de universalização de acesso às diferentes formas do conhecimento.
1.2. Desenvolver habilidades e atitudes que a estimulem à aprendizagem, à integração com o ambiente e o acesso pleno a seus direitos.
1.3. Desenvolver visão e atitudes de inserção do homem ao meio ambiente, como sujeito partícipe dele e comprometido com sua preservação e qualidade buscando a universalização da qualidade da vida de todos os  seres da natureza.
1.4. Promover a apropriação do conhecimento científico e dos bens culturais produzidos pela humanidade,  através do currículo trabalhado de forma interdisciplinar.
1.5. Trabalhar o desenvolvimento integral da criança até 5 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual, social, cultural, moral, em parceria com família e a comunidade.
1.6. Respeitar a dignidade e os direitos das crianças, considerando suas diferenças individuais, sociais, econômica, culturais, étnicas, religiosas.
1.7. Trabalhar com a criança os conflitos existentes na busca de transformações alicerçadas em um relacionamento ético, político e afetivo.
1.8. Estabelecer vínculos afetivos e de troca entre adultos e crianças, fortalecendo sua auto-estima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social.
1.9. Garantir o direito das crianças brincarem com forma particular de expressão, pensamento, interação  e comunicação infantil.
1.10. Instigar a observação e a exploração do ambiente com atitudes de curiosidade, percebendo-se como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente, valorizando atitudes para a contribuição de sua conservação.

AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL



Vamos esclarecer um pouco da avaliação na educação infantil:


A avaliação é realizada não apenas em diferentes momentos, como também em situações variadas para não desvincular-se da ação pedagógica. Assim, na avaliação dos alunos deve-se levar em conta o que está sendo construído pelos alunos em diversas instâncias, sendo imprescindível diagnosticar:
·                    o que são capazes de resolver/solucionar/aplicar sozinhos;
·                    o que são capazes de resolver/solucionar/aplicar com ajuda de professores;
·                    o que é preciso para que eles construam conhecimentos e valores.

E, em função dos objetivos propostos, a avaliação é progressiva, por meio da observação diária, dos trabalhos feitos em casa, da participação, das tarefas em grupos e registros individuais, dá ao professor uma visão completa do processo de desenvolvimento da criança, seja do ponto de vista cognitivo, afetivo e psicomotor.
O professor utiliza instrumentos de observação que possam avaliar a maior parte das habilidades de cada aluno, garantindo que os alunos estejam sendo avaliados continuamente nos seguintes aspectos:
·                    conteúdos de conhecimento específicos;
·                    capacidade de aplicar os conhecimentos em situações do cotidiano;
·                    capacidade de responder a diferentes desafios que lhes sejam apresentados;
·                    conduta social e envolvimento no decorrer do processo-ensino-aprendizagem.

Na Educação Infantil não haverá provas, notas mas uma questão fundamental deve ser colocada: como trabalhar com o erro?  Sabe-se que certos “olhares” ou certos “comentários” de professores podem ter um efeito muito pior sobre a criança que uma nota baixa. Por isso, avaliação da Educação Infantil se pauta basicamente pela observação e  registro. Uma perspectiva de acompanhamento do processo de desenvolvimento, pode ser apontada na seguinte direção conforme VASCONCELLOS(1994):
  “-observação da criança fundamentada no conhecimento de suas etapas de desenvolvimento;
-registro das manifestações das crianças e de aspectos significativos de seu desenvolvimento;
-diálogo freqüente e sistemático entre os adultos que lidam com acriança e os pais ou responsáveis.”

No caso de comunicação aos pais, é muito mais significativo o parecer descritivo (relatório) do desenvolvimento da criança, que a emissão de conceitos/notas ou menções.
A avaliação descritiva apresentará um relatório dos educadores em que apontarão o que aluno conquistou no processo ensino aprendizagem; o que  não alcançou e encaminhamentos que podem ser executados tanto pela escola quanto pela família para a superação diante dos objetivos propostos no projeto de estudo. Será um instrumento entregue aos pais por semestre , juntamente, com um portifólio de projetos, acompanhado de uma conversa individual entre educadores e familiares, defendendo a relação dialógica entre escola e família.