domingo, 11 de dezembro de 2011

Então é Natal!


Meninos e Meninas amigos e amigas do meu blog:
Existem pessoas em nossas vidas
que nos deixam felizes pelo simples fato
de terem cruzado o nosso caminho.
O tempo passa, o verão se vai,
o outono se aproxima,
e perdemos algumas de nossas folhas.
Algumas nascem num outro verão
e outras permanecem por muitas estações.
Mas o que nos deixa mais feliz
é que as que caíram continuam por perto,
continuam aumentando a nossa raiz com alegria.
Lembranças de momentos maravilhosos
enquanto cruzavam o nosso caminho.
Desejo à você, folha da minha árvore,
Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade...
Hoje e Sempre...
Simplesmente porque:
Cada pessoa que passa em nossa vida é única.
Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.
Há os que levaram muito,
mas não há os que não deixaram nada.
Esta é a maior responsabilidade de nossa vida
e a prova evidente de que
duas almas não se encontram por acaso.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sala de Aula Montessoriana







ATENDIMENTO PSICOPEDAGOGICo
A Psicopedagogia estuda o processo da aprendizagem humana e suas dificuldades, atuando em caráter preventivo e terapêutico.
O trabalho psicopedagógico tem como objetivo garantir a aplicação do raciocínio na manipulação do conteúdo escolar e cultural de maneira que o indivíduo se identifique e se aproprie da utilização dos conceitos aprendidos em qualquer situação .
O atendimento psicopedagogico é composto de duas etapas:

Diagnóstico: Busca através de coletas de dados , aplicações de testes e avaliações a fim de identificar as causas das dificuldades de aprendizagem as quais podem refletir-se em problemas de concentração, de atenção, de memória, de capacidade de análise, na leitura, na escrita, no pensamento lógico-matemático, mas poderá também identificar outros problemas podendo-se indicar um psicólogo, um fonoaudiólogo, um neurologista, ou outro profissional a depender do caso.
A avaliação é composta de aproximadamente 8 encontros semanais, sendo 6 sessões com a criança e duas com os pais. Na última sessão é entregue o resultado das avaliações com o parecer e possíveis indicações.

Intervenção (tratamento): Essa é a segunda etapa do atendimento, após o diagnóstico. Durante o tratamento são realizadas diversas atividades, com o objetivo de identificar a melhor forma de se aprender e o que poderá estar causando este bloqueio. Para isto, utiliza‑se recursos como jogos, desenhos, brinquedos, brincadeiras, conto de histórias, computador e outras coisas que forem oportunas .É solicitado, algumas vezes, as tarefas escolares, observando cadernos, olhando a organização e os possíveis erros, ajudando‑o a compreende-los.
A criança ou adolescente, irá encontrar a melhor forma de estudar para que ocorra a aprendizagem.
Durante a intervenção os pais ou responsáveis terão devolutivas do trabalho que vem sendo desenvolvido, bem como, progressos e resultados. A escola também receberá nossos relatórios e visitas como continuidade da parceria proposta na avaliação

Valéria Segre
Psicopedagoga Clinica e Institucional
Contatos: 011- 4485-3310 / 7620-9216
e-mail e msn : psicopedagoga.valeria@hotmail.com
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domingo, 23 de outubro de 2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

sábado, 9 de julho de 2011

sábado, 2 de abril de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

TUDO DE NOVO... OUTRA VEZ
Salete Santos Anderle
Sumário
Tudo de novo... Outra vez....volta ás aulas...
Mesmo com tantas e aparentes opções de lazer como assistir televisão sem horários, dormir e acordar fora de horário, ir ao clube...descer e subir a serra pela nossa belíssima rota do sol ; entre outras muitas opções;  voltar a ter atividades relacionadas a aprendizagem é esperado por crianças e adolescentes e até mesmo jovens adultos que vão para ensino superior.
É tudo de novo outra vez...para muitos é o  reinicio e continuidade dos estudos para outros a magia e encantamento do novo nas suas   fases e ciclos de vidaTudo de novo outra vez nos reporta a voltar a ter compromisso é  a sistematização e organização no dia-a dia  é o limite bom  aquele que chamamos na psicologia e psicopedagogia do limite organizador. Mesmo por vezes parecendo “chato”  a rotina é o limite organizador para as diferentes idades ; tão importante nos dias atuais pois estabelece o foco necessário para diminuir o tempo frenético que levamos. Com o desejo de que o retorno seja de encantamento  sugiro aos pais  que aproveite este momento especial para estreitar laços de confiança com Escola se mantendo envolvido em todo o processo, incentivando a interação com novos colegas, professores, outros pais, não esperando apenas a Escola tomar a iniciativa de chamá-los. Quando 90% dos pais estiverem realmente envolvidos com parte educativa dos filhos e com a Escola certamente teremos saltos qualitativos tanto para a família como a Escola. Mesmo parecendo obvio é bom lembrar que  para crianças menores a separação dos pais, o novo espaço, novos amigos, educadores desconhecidos costuma gerar certa insegurança e a choradeira é inevitável. Os pais  que se mantém confiantes e tranquilos ( sem muita pressa nas primeiras semanas) podem colaborar para que os filhos consigam melhor se adaptar . A adaptação deve ser gradual e ir para escola formal é um dos momentos mais esperados por toda criança não precisa e não deve  ser motivo para sofrimento. A confiança dos pais em relação á escola é fundamental as educadoras são orientadas para bem acolher as crianças e as atividades pedagógicas inicias independente dos níveis são realizadas com base na adaptação.
Explicar  e afirmar que  tal hora virá buscá-lo , faz com que ele sinta que não está sendo abandonado, que você voltará mais tarde para pegá-lo.
Por conta de tudo de novo outra vez é necessário que famílias...
• Retomem  o hábito da rotina organizada, respeitar os horários de refeição e de sono.
 Comparecer a reunião inicial e prestigiar os eventos e festas comemorativas da escola como forma de valorizar o espaço de estudo da criança
Mantenham  diálogo com orientação e professora , acompanhem  os cadernos e a agenda escolar .
•  Verifique se seu filho está conseguindo fazer os exercícios e a lição de casa. Na hora da tarefa, os pais podem incentivar e orientar, mas não devem resolver as questões para os filhos.
• Diminuir ou reorganizar o  tempo que a criança passa em frente à televisão e  internet selecionando a programação que ela pode assistir.
Dar vazão e incentivar a criança a brincar de escola é uma forma de observar como a criança está se sentindo na EscolaÉ primordial  também enfatizar os aspectos positivos do tudo de novo outra vez... a  volta às aulas para a criança ou o adolescente onde ele(a) irá adquirir conhecimento, compartilhar novidades sobre as férias e reencontrar ou fazer novos amigos e principalmente aprimorar o encanto e desejo pelo conhecimento.
Bom retorno a todos nós ! Shalon!
Bibliografia
Salete Santos Anderle - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Pedagoga, Mestre em Piscopedagogia pela UNISUL/SC,formação em Psicopedagogia pelo EPSIBA, Docente de cursos de pós-graduação

domingo, 20 de março de 2011


PROVAS OPERATÓRIA DE PIAGET

1. PROVAS DE CONSERVAÇÃO:
1.1. Conservação da quantidade de matéria
Materiais:
- 2 massas de modelar de cores diferentes cada uma, cujo tamanho possa fazer 2 bolas de aproximadamente 4 cm de diâmetro.
Obs.: É interessante que escolha cores correspondentes a substâncias comestíveis.
Igualdade inicial:
Modificação do elemento experimental (achatamento)
Modificação do elemento experimental (alargamento)
Modificação do elemento experimental (partição)

1.2. Conservação de quantidade de líquidos
Materiais:
- 2 vasos iguais A1 e A2
- 1 vaso mais fino e alto B
- 1 vaso mais largo e baixo C
- 4 vasinhos iguais D1, D2, D3, D4
- 2 copos contendo líquidos de cores diferentes

Igualdade inicial:
Primeira modificação:
Segunda modificação
Terceira modificação :
1.3. Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos
Materiais:
- 10 fichas vermelhas
- 10 fichas azuis
cada um com 2 cm de diâmetro
Igualdade inicial:
Correspondência termo a termo:
Primeira modificação espacial:
Segunda modificação espacial:
Terceira modificação espacial:
1.4. Conservação de superfície
Materiais:
- 2 folhas de cartolina verde ou papel E.V.A. (20x25)
- 12 quadrados de cartolina ou E.V.A. na cor vermelha com cerca de 4 cm de lado
- 1 vaquinha
Igualdade inicial:
Perguntas iniciais
Perguntas iniciais
Retorno empírico
Primeira modificação espacial:
Segunda m0dificação espacial
Outra modificação espacial sugerida
Terceira modificação espacial
1.5. Conservação de volume
Materiais:
- 2 vasos iguais
- 2 massas de modelar de cores diferentes
- 2 copos contendo líquidos de cores diferentes
Igualdade inicial:
Modificação do elemento experimental (achatamento)
Modificação do elemento experimental (alargamento)
Modificação do elemento experimental (partição)
1.6. Conservação de peso
Materiais:
- 2 massas de modelar de cores diferentes cada uma, cujo tamanho possa fazer 2 bolas de aproximadamente 4 cm de diâmetro.
- 1 balança com dois pratos cuja leitura seja pela posição dos braços.
Igualdade inicial:
Modificação
do elemento experimental (alargamento)
Modificação do elemento experimental
(achatamento)
Modificação do elemento experimental (partição)
1.7 Conservação de comprimento
Materiais:
- 1 corrente ou barbante de aproximadamente 10 cm
- 1 corrente ou barbante de aproximadamente 15 cm
Apresentação das correntes. Perguntas iniciais
Primeira situação
Segunda situação
2. PROVAS DE CLASSIFICAÇÃO:
2.1. Mudança de critério - Dicotomia
Materiais:
5 círculos vermelhos de 2,5 cm de diâmetro.
- 5 círculos azuis de 2,5 cm de diâmetro.
- 5 círculos vermelhos de 5 cm de diâmetro.
- 5 círculos azuis de 5 cm de diâmetro.
- 5 quadrados vermelhos de 2,5 cm de lado.
- 5 quadrados azuis de 2,5 cm de lado.
- 5 quadrados vermelhos de 5 cm de lado.
- 5 quadrados azuis de 5 cm de lado.
- 2 caixas planas de mais ou menos 4 a 5 cm de altura e uns 12 cm de lado.
Material
Classificação por cores sem caixa
Classificação por cores usando a caixa
Classificação por formas usando a caixa
Classificação por tamanho usando a caixa
2.2. Quantificação de Inclusão de classes
Materiais:
Com flores:
- 10 margaridas
- 3 rosas vermelhas
Com animais
- 10 coelhos ou outra espécie
- 3 camelos ou outra espécie
Pode-se fazer também com:
- 10 carros
- 3 ônibus
2.3. Intersecção de classes
Materiais:
- 5 círculos azuis de 2,5 cm de diâmetro
- 5 círculos vermelhos também de 2,5 cm de diâmetro
- 5 quadrados vermelhos de 2,5 cm de lado
- 1 folha de cartolina ou papel E.V.A. com dois círculos em intersecção, sendo que um preto e outro amarelo.
Obs.: os 5 círculos devem poder entrar na intersecção.
3. SERIAÇÃO
3.1. Seriação de palitos
Materiais:
- 10 palitos com aproximadamente 1 cm de largura com uma diferença de 0,6 mm de altura entre um e outro, sendo que o primeiro tem aproximadamente 11,5 cm.
4. PROVAS OPERATÓRIAS PARA O PENSAMENTO FORMAL
4.1. Combinação de fichas
Materiais:
- 6 fichas de diferentes cores com 2,5 cm de diâmetro cada uma.
4.1. Permutação de fichas
Materiais:
- 4 fichas de diferentes cores com 2,5 cm de diâmetro cada uma.
4.2. Predição
Materiais:
17 fichas verdes
- 10 fichas amarelas
- 6 fichas lilases
- 1 ficha branca
- 1 saco de pano
Fonte: www.psicopedagogiabrasil.com.com.br

Continuação...Crianças que eu amo!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Meu trabalho, minha vida!

LINGUAGEM TATIBITATE

"[...] Linguagem tatibitate - É um distúrbio (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil. Geralmente tem causa emocional e pode resultar em problemas psicológicos para a criança [...]"

A partir do exposto acima é possível compreender de uma maneira simples o significado da linguagem tatibitate.
Pense na fala da uma criança no processo inicial da linguagem falada.
Quem nunca achou uma gracinha quando a criança diz “qué aca” ou “paca pota” ou ainda “dedê té pincá”?
Lindinho mesmo, não é?
Traduzindo a fala fica assim: “quero água”...”faca corta”.....”nenê quer brincar”.
O que ocorre na linguagem tatibitate é exatamente isso, a fala infantilizada que, infelizmente, é reforçada com a repetição daquele que já se apropriou do modo correto de falar, seja no grupo familiar ou social.
Normalmente repete-se o que a criança diz no mesmo modo, o que faz com que ela vá perdendo oportunidades de aprender a pronúncia correta das palavras.
A criança relaciona, por exemplo, algumas palavras a verbos conjugados no passado. Quando ela diz “trazi” ou “fazi” está associando a “comi”, “bebi” etc.
Não está errada a maneira como ela fala, está sim, precisando ouvir a maneira correta de se pronunciar as palavras.
Deve-se evitar corrigi-la aos gritos, porque a criança não tem culpa de ainda não ter aprendido a falar, e menos ainda se aos 9 anos ela ainda fala como um bebê. Às vezes a mamãe não quer que o bebê cresça, e ela é a pessoa que está mais próxima dele exercendo grande influência na sua vida.
Ao invés de falar da mesma forma que as crianças deve-se repeti-las corretamente.
Quando a criança diz “qué aca” é necessário responder com boa articulação e de preferência, que ela possa visualizar o movimento bucal. Pode-se perguntar a ela: “Você quer água?” ou “É verdade, a faca corta.” ou ainda “Você quer brincar?”
É fundamental que todos os envolvidos no processo de desenvolvimento da criança (família, parentes, escola etc.), estejam atentos a isso.
Realmente quando a criança começa a falar é bonitinho, mas o “bonitinho” pode gerar sérios problemas.
Na fase da alfabetização, por exemplo, poderá ocorrer a manifestação do distúrbio também na escrita, na leitura e deve ser corrigido com delicadeza.
Pelo fato de haver a possibilidade de o distúrbio ter como uma das causas interferência do aspecto emocional deve-se encaminhar o caso a um psicólogo.
Deve-se também encaminhar a um fonoaudiólogo para correção fonética.
Vale ressaltar que esse distúrbio pode causar problemas de aprendizagem, portanto um psicopedagogo poderá auxiliar.
É uma situação que deve, como tantas outras, ser bem compreendida e merece atenção e cuidado.
Atenção! No início pode ser visto como característica normal da linguagem, porém se perseverar ao longo do tempo é necessário que haja avaliação de especialistas.
Lembre-se: Pais e Educadores são modelos para as crianças.


ALGUMAS SUGESTÕES PARA PAIS E EDUCADORES AUXILIAREM A CRIANÇA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
(Redação Crescer)


- Promova o diálogo

- Aproveite situações do cotidiano para ouvir o que seu filho está falando e conversar com ele apresentando o nome das coisas. Assim, as palavras ganham significado e são gravadas com mais facilidade.

- Na hora das refeições, fale do prato, da colher, das cores e consistência dos alimentos.

- Aproveite o banho para nomear as partes do corpo e narrar as ações que a criança estiver fazendo: pegar o sabonete, a esponja, jogar água, esfregar a perna.

- Faça comentários sobre a forma e a textura dos brinquedos.

- Conte algo do dia com detalhes interessantes para a criança: o momento em que a vovó telefonou, uma coisa que você viu na rua.

- Leia e conte histórias.

- Ouçam e cantem juntos músicas e historinhas infantis.


Noêmia A. Lourenço
Referência:

FONSECA, Vitor - Escola. Quem és tu? Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

ASSUNÇÃO, Elisabete da. COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, SP: Editora Ática, 2002.

Psicopedagogo pode atuar em esmpresas

ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NA EMPRESA
Eloisa Quadros Fagali
De 09 a 11 de Julho acontecerá na UNIP o 8° Congresso Brasileiro de Psicopedagogia em São Paulo, sua palestra tratará da “Atuação psicopedagógica na empresa: aprendizagem na organização”, qual o papel da psicopedagogia na empresa?
A área de estudo e de atuação da psicopedagogia diz respeito às questões e processos de aprendizagem. Portanto qualquer contexto de atuação humana, em qualquer idade, em que emergem questões de aprendizagem , seja na área de educação, saúde ou na família e organizações que lidam com empreendimento profissional, os estudos e atuação psicopedagógicas estão presentes. Portanto a Psicopedagogia Institucional ou Organizacional aprofunda-se na criação de condições de aprendizagem da organização, seja qual for a missão institucional, seus objetivos e metas. O papel da psicopedagogia empresarial diz respeito às criações de condições de aprendizagem dos profissionais integrantes desta instituição, levando em conta seus diferentes setores de atuação, sua missão e metas.
Já é uma realidade a atuação do psicopedagogo nas organizações?
Há projetos psicopedagógicos aplicados, principalmente nas organizações comerciais e de vendas, focalizando criatividade, talentos e consciência social dos profissionais, operadores e gestores. Segundo dados analisados nas minhas pesquisas, consultorias e supervisões, há 10 anos, a atuação psicopedagógica geralmente ocorre em empresas de médio e pequeno porte. Muitas destas atuações desenvolvem-se em parcerias com RH, psicólogos e profissionais de serviços sociais. Considero que, como psicopedagogos, estamos no começo, no entanto os trabalhos que visam criações e maiores consciências da aprendizagem na organização já estão ocorrendo nas últimas décadas, no meio empresarial, tendo como principais mediadores profissionais psicólogos e de RH. Nos anos 70 iniciaram-se trabalhos de profissionais com formação pedagógica, com habilitação em empresa, principalmente nos setores de treinamento profissional. Nos anos 90, até o momento atual, projetos e atuações psicopedagógicas iniciaram-se e ampliaram-se, com o desenvolvimento e desdobramentos das especializações em psicopedagogia. Considero que esta seja uma das grandes conquistas contemporânea sobre aprendizagem, trabalho e produção, levando em conta os conceitos sobre o processo de aprendizagem e suas diferenças. As especializações em psicopedagogia com adultos, visando questões sociais e organizacionais ampliam as reflexões e práticas sobre a aprendizagem da organização e do profissional, com o enfoque social e sistêmico, adequando os conceitos sobre aprendizagem e desenvolvimento afetivo-cognitivo às linguagens e conceitos específicos das áreas de administração e comunicação.
Situe-nos o momento que a psicopedagogia se fez necessária na empresa.
Na dinâmica das organizações, há necessidade de se criar recursos estratégicos, levando em conta as diferentes formas de transmissão dos conhecimentos, bem como a assimilação e aprendizagem de seus integrantes no ambiente de trabalho São necessidades que requerem um especialista em aprendizagem humana nas organizações, que junto a uma equipe interdisciplinar, focaliza o processo de aprendizagem coletiva da organização e o desenvolvimento das capacitações dos profissionais, com um enfoque sistêmico. Outra inserção relevante refere-se às condições de inclusão na empresa, tendo em vista o trabalhador que apresenta certas limitações de aprendizagem, necessitando de avaliações e criações de condições de trabalho.
Em qual setor empresarial a psicopedagogia é mais atuante?
Como já explicitei na pergunta anterior, a atuação maior refere-se a projetos associados ao setor de RH, focalizando a aprendizagem e informações associadas ao treinamento e questões de inclusão dos profissionais, na empresa. Há outros projetos que visam à continuidade de desenvolvimento do trabalhados, ao sair da empresa. Um exemplo seria as condições de aprendizagem para o trabalho dos aposentados. Estes cuidados realmente requerem uma consciência maior e mais contemporânea sobre as condições humanas e sociais do trabalho e do trabalhador. No Brasil, apesar de existir esta preocupação por parte de algumas organizações, há poucos empreendimentos da empresa, nesse sentido.
Que relações podemos estabelecer entre a empresa e a educação?
A empresa implicitamente valoriza a educação quando se compromete com as condições humanas relacionadas ao trabalho e busca ampliações de suas produções, favorecendo o desenvolvimento sócio-psíquico do trabalhador. Refiro-me às organizações que já colocam como uma de suas metas a aprendizagem necessária para a integração do homem, de forma a garantir as condições saudáveis de trabalho. São programas que demonstram preocupações com a educação associada aos direitos humanos e às produções do trabalhador. A grande questão é: Quais seriam então as condições de aprendizagem integradas ao desenvolvimento psico-sócio-educacional dos profissionais atuantes numa empresa, de forma a favorecer a sua própria produção?
A psicopedagogia estimula as empresas a se tornarem socialmente responsáveis e sustentáveis?Os profissionais psicopedagogos que trazem os conhecimentos psicopedagógicos no processo de aprendizagem de uma organização contribuem, juntamente com outros especialistas (áreas de administração, comunicação, psicologia, serviços sociais), para ampliar a consciência sobre a responsabilidade social das Instituições e criar condições de aprendizagem que promovam projetos com foco no desenvolvimento psico-social.
Como atua o psicopedagogo no processo de aprendizagem organizacional?
São múltiplas as formas de atuações, porem as mais desenvolvidas até o momento referem-se à formação continuada dos profissionais, promovendo o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas e das habilidades criativas profissionais, visando adaptações às condições de trabalho exigidas pela empresa. Outra atuação diz respeito aos serviços de inclusão de profissionais que sofreram ou apresentam, no momento, alguma dificuldade de aprendizagem, deficiências e outras questões neuropsicológicas. O trabalho não necessariamente se desenvolve na empresa, mas em outra organização de prestação de serviços, em que atuam os psicopedagogos e outros profissionais especialistas no assunto. . É importante ressaltar que são atuações psicopedagógicas que requerem uma formação com enfoque psico-social, sistêmico e multidisciplinar
Enquanto área multidisciplinar, a Psicopedagogia pode e deve interagir com quais setores das empresas?
Geralmente a interação e parceria são com os setores de RH (relações humanas).
Quais são as contribuições da psicopedagogia na empresa?Todas as formas de atuações psicopedagógicas empresarial visam desenvolver aprendizagem e construções do conhecimento, com um olhar para o aprendiz trabalhador, levando em conta a sua dinâmica global, para além do que se propunham os antigos “treinamentos” de profissionais. De forma bem resumida ressalto que as contribuições da psicopedagogia dizem respeito ao desenvolvimento psico-sócio-educacional do trabalhador, em suas diferentes funções e papeis , tendo em vista os seguintes objetivos:
1. A criação de diferentes  condições de aprendizagem no trabalho,
2. O desenvolvimento de funções,  papeis e capacidades criativas dos aprendizes trabalhadores,
3. Ampliações de cursos e dinâmicas para a consciência sobre a atuação humana no trabalho, 4. Adequações de informações  e das comunicações nas  relações interpessoais e inter-setores.
Que mensagem deixa aos congressistas, participantes e a todos os psicopedagogos?
O nosso compromisso como psicopedagogos é com a aprendizagem do homem em diferentes contextos, e formas de atuações, não se fixando apenas na aprendizagem formal escolar, apesar de que esta seja fundamental para as bases do desenvolvimento humano. Ampliem, portanto suas concepções sobre homem e aprendiz, levando em conta o compromisso com a aprendizagem humana e suas diferenças, sem perder de vista que aprendizagem se desloca para diferentes contextos de atuações humanas
• Valorizar a aprendizagem individual e suas diferenças, dando ênfase também a aprendizagem social, a construção coletiva, pois o homem é por natureza um ser social, como enfatiza Pichon Rivière.
• Precisamos ficar atentos às diferentes formas de atuar e às múltiplas capacidades de pensar, levando em conta as diferentes faces do homem. Como Edgar Morin nos adverte, a nosso foco de reflexões e atuações é contribuir para uma aprendizagem que integra, evitando o isolamento e fragmentação do homem, do conhecimento e do trabalho.
• Psicopedagogos! O desafio é grande, estamos iniciando nesta caminhada que exige aprofundamentos sobre a complexidade do homem, do conhecimento, da cultura, confrontando-nos com as dificuldades, sem perder a perseverança e determinação. Este caminho do psicopedagogo não é um caminho dado e pronto e não é a trajetória daqueles que buscam só facilitações, titulações e receitas prontas.

Avaliação cognitiva do desenho

Uma das principais ferramentas utilizadas no Diagnóstico Psicopedagógico é a análise de testes projetivos, cuja finalidade é a projeção de conteúdos presentes no inconsciente da criança de forma concreta, ou seja, por meio da utilização de figuras prontas ou de desenhos feitos pela mesma. A partir dessa análise é possível verificar e levantar hipótese sobre a modalidade de aprendizagem, o vínculo com o ser que ensina e com a família.

É isso que difere os testes projetivos utilizados na Psicopedagogia dos testes utilizados na Psicologia, pois os últimos são voltados para a investigação da personalidade e comportamento, dentro do âmbito emocional. Testes como o par educativo, o desenho da família, da figura humana e outros, são muito utilizados em consultório; no entanto a aplicação do desenho livre com o objetivo de avaliar o desenvolvimento cognitivo é pouco utilizado e conhecido. Este teste pode ser uma ferramenta importantíssima para avaliar e detectar um possível atraso no desenvolvimento cognitivo da criança, tanto na clínica como em sala de aula.


A tabela abaixo faz uma relação das análises de Luquet e Lowenfeld, uma vez que possuem muito em comum. Sua utilização deve ser criteriosa e a questão não é se a criança desenha bem ou mal, mas se em seu desenho estão presentes alguns componentes comuns para sua idade.
É comum encontrarmos situações em que uma criança de 7 anos apresenta traços do Realismo intelectual, dessa forma juntamente com outras ferramentas, como as provas operatórias, podemos concluir que seu desenvolvimento cognitivo está dentro do esperado ou até um pouco adiantado; mas a preocupação é quando esta criança apresenta traços comuns ao Realismo fortuito (2 a 3 anos).


*Clique na figura para ampliá-la.


Análise Piagetiana
1 - Garatuja: Faz parte da fase sensório-motora e parte da fase pré-operacional. A criança demonstra extremo prazer nesta fase. A figura humana é inexistente ou pode aparecer da maneira imaginária. A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste, mas não há intenção consciente.
Aqui a expressão é o jogo simbólico: "eu represento sozinho". O símbolo já existe.
2 - Pré- Esquematismo: Dentro da fase pré-operatória, aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Quanto ao espaço, os desenhos são dispersos inicialmente, não relaciona entre si. Então aparecem as primeiras relações espaciais, surgindo devido a vínculos emocionais. A figura humana torna-se uma procura de um conceito que depende do seu conhecimento ativo, inicia a mudança de símbolos. Quanto a utilização das cores, pode usar, mas não há relação ainda com a realidade, dependerá do interesse emocional. Dentro da expressão, o jogo simbólico aparece como: "nós representamos juntos".
3 - Esquematismo: Faz parte da fase das operações concretas. Esquemas representativos, afirmação de si mediante repetição flexível do esquema; experiências novas são expressas pelo desvio do esquema. Quanto ao espaço, é o primeiro conceito definido de espaço: linha de base. Já tem um conceito definido quanto a figura humana, porém aparecem desvios do esquema como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo. Aqui existe a descoberta das relações quanto a cor; cor-objeto, podendo haver um desvio do esquema de cor expressa por experiência emocional. Aparece na expressão o jogo simbólico coletivo ou jogo dramático e a regra.
4 - Realismo: Também faz parte da fase das operações concretas, mas já no final desta fase. Existe uma consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No espaço é descoberto o plano e a superposição. Abandona a linha de base. Na figura humana aparece o abandono das linhas. As formas geométricas aparecem. Maior rigidez e formalismo. Acentuação das roupas diferenciando os sexos. Aqui acontece o abandono do esquema de cor, a acentuação será de enfoque emocional. Tanto no Esquematismo como no Realismo, o jogo simbólico é coletivo, jogo dramático e regras.
5 - Pseudo Naturalismo: Estamos na fase das operações abstratas. É o fim da arte como atividade espontânea. Inicia a investigação de sua própria personalidade. Aparecem dois tipos de tendência: visual (realismo, objetividade); háptico (expressão subjetividade). No espaço já apresenta a profundidade ou a preocupação com experiências emocionais (espaço subjetivo). Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções. A consciência visual (realismo) ou acentuação da expressão, também fazem parte deste período. A expressão aparece como: "eu represento e você vê”. Aqui estão presentes o exercício, símbolo e a regra.
Modelos de desenhos


Neste desenho é possível verificar que há rebatimento ou dobragem. Foi feita uma nuvem de cada lado e três flores de cada lado também.
Neste desenho apesar de perceber de imediato o rebatimento, uma árvore de cada lado, o que chama atenção é a transparência ou raios-x, ou seja, podemos ver o que está acontecendo dentro da casa.
Neste desenho podemos observar que as carteiras podem ser vistas de cima, ou seja, plano deitado.

Neste desenho percebemos a transparência ou raio-x, uma vez que não vemos frutas penduradas na árvore desta forma; mas o que chama atenção é o exagero, pois o caracol é do tamanho da árvore. As setas dão impressão de movimento, cinético, mas é sempre importante perguntar para a criança o que significa.
Todas as características apresentadas no desenho fazem parte do Realismo intelectual ou da fase Esquemática e estão de acordo com a idade das crianças (entre 6 e 7 anos). Pode acontecer de um mesmo desenho apresentar características de duas fases, significando a transição de uma fase para outra. Neste caso levamos em consideração o que está mais evidente.
Fonte: Material fornecido no curso de análise de desenho, oferecido pela Central Didática. 
http://carminatimaricato.blogspot.com/ www.profala.com/arteducesp62.htm

VYGOTSKY E A MENTE HUMANA


Solange Gomes da Fonseca
A psicologia sociohistorica traz seu bojo a concepção de que todo “homem” se constitui como ser humano pelas relações que estabelece com os outros. Desde o nosso nascimento somos socialmente dependentes dos outros e entramos em um processo histórico que, de um lado, nos oferece os dados sobre o mundo e visões, de outro lado, permite a constituição de uma visão pessoal sobre este mesmo mundo.
O momento do nascimento de cada um esta inserido em um tempo e em um espaço em movimento constante.
A historia de nossa vida caminha de forma a processarem toda uma historia de vida integrada com outras muitas historias que se cruzam naquele momento.
Como seres humanos e, portanto, ontologicamente sociais, passamos a construir a nossa historia só e exclusivamente com a participação dos outros e da apropriação do patrimônio cultural da humanidade.
Na teoria sócio interacionista de Vygotsky, encontramos uma visão de desenvolvimento humano baseado na idéia de um organismo ativo cujo pensamento é construído em um ambiente histórico e cultural; a criança reconstrói internamente uma atividade externa, como resultado de processo interativo que se dão ao longo do tempo.
  As interações sociais na perspectiva sociohistorica permitem pensar um ser humano em constante construção e transformação que, mediante as interações sociais, conquista e confere novos significados e olhares para a vida em sociedade.
Vygotsky, ao desenvolver sua teoria, parece não ter pretendido criar um modelo simples e linear de transmissão da experiência cultural do adulto para a criança.
O pensamento aparece como dialogo consigo mesmo e o raciocínio como uma argumentação metacognitiva; a atividade mental não é nem pode ser mera copia do dialogo adulto/criança, posto que esta ultima participa ativamente da interação. Desta forma, a internalização não pode ser entendida como adoção passiva do conhecimento previamente apresentado à criança pelo adulto. Antes, é um processo de reconstrução mental do funcionamento interpsicologico.
As proposições de Vygotsky acerca do processo de formação de conceitos nos remetem à discussão das relações entre o pensamento e a linguagem, à questão da mediação cultural no processo de construção de significados por parte do indivíduo, ao processo de internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimentos de natureza diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana.
Em A Formação Social da Mente, Vygotsky coloca que: ‘todas as funções no desenvolvimento da criança aparecem duas vezes: primeiro no nível social, e depois no nível individual; primeiro entre pessoas (interpsicologico), e, depois no interior da criança (intrapsicologico) “.
Do mesmo modo as postulações de Vygotsky sobre a formação dos conceitos cotidianos concretizam suas concepções sobre o processo de formação de conceitos científicos remetem a idéia mais geral acerca do desenvolvimento humano.
As dimensões cognitivas e afetivas do funcionamento psicológico tem sido tratadas, ao longo da historia da Psicologia como ciência, de forma separada, nas diferentes tradições dentro dessa disciplina. Atualmente, no entanto, percebe-se uma tendência de reunião desses dois aspectos, numa tentativa de recomposição do ser psicológico completo.
Em termos contemporâneos, Yygotsky poderia ser considerado um cognitivista na medida em que se preocupa com a investigação dos processos internos relacionados à aquisição, organização e uso do conhecimento e, especificamente, com sua dimensão simbólica.
No entanto, é interessante notar, que Vygotsky nunca usou o termo “cognição”. Na verdade, apenas recentemente é que um equivalente mais precisa de cognitivo entrou no léxico da psicologia soviética, com o termo “kognitivnii”. Isto não significa, de forma alguma, que os psicólogos soviéticos não tenham estudado processos como pensamento, percepção e memória.  Os termos utilizados por Vygotsky para designar processos que denominamos cognitivos são “funções mentais” e “consciência”.
O desenvolvimento da linguagem serve como paradigma de todo problema examinado. A linguagem origina-se em primeiro lugar como meio de comunicação entre o aluno e o professor, onde começa acontecer a interação.  Dito isso, não é necessário sublinhar que a característica essencial da aprendizagem é que engedra a área de desenvolvimento potencial, ou seja, que faz nascer, estimula e ativa no aluno um grupo de processos internos de desenvolvimento no âmbito das inter-relações com outros que, na continuação, são absorvidos pelo curso interior de desenvolvimento e se convertem em aquisições internas do aluno.
Considerada deste ponto de vista, a aprendizagem não é, em si mesma, desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem do aluno. Conduz ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento. Por isso, a aprendizagem é um momento intrinsecamente necessário e universal para que se desenvolvam no aluno essas características humanas não naturais, mas formadas historicamente.
Para Vygotsky, um aspecto essencial do aprendizado é o fato de ele criar uma zona de desenvolvimento proximal; ou seja, o aprendizado desperta vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a criança interage com  pessoas em seu ambiente e quando em cooperação co m seus companheiros. Uma vez internalizados esses processos tornam, -se parte das aquisições do desenvolvi mento independentemente da criança.
O principal componente inovador da teoria de Vygotsky é a incorporação de fatores sociais na formação de conceitos.
Em Vygotsky os conceitos vão sendo formados individualmente por cada sujeito ate atingirem o estagio de pseudoconceitos. Nesta fase é a mediação da cultura que permite uma convergência dos pseudoconceitos em direção a conceitos compartilhados por um certo agrupamento humano. Sem este papel mediador os pseudoconceitos evoluiriam em direção arbitraria, não, permitindo a vida social.
A obra do psicólogo ressalta o papel da escola no desenvolvimento mental das crianças e, é uma das mais estudadas pela pedagogia contemporânea.
A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura.
Vygotsky atribui a um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.

TRANSTORNO DE CONDUTA


Sumário
Transtorno de conduta: uma orientação a educadores
Objetivou-se no presente trabalho informar e orientar os profissionais ligados a educação sobre as principais características, evolução, diagnóstico e tratamento do transtorno de conduta, desde a infância até a fase adulta. Pretendeu-se também esclarecer as principais diferenças entre a indisciplina e o transtorno apontado, bem como ressaltar a importância de um diagnóstico precoce e as possíveis intervenções medicamentosas, terapêuticas, familiares e escolares.
Palavras-Chave: Transtorno de conduta; caracterização da doença; diagnóstico; curso e prognóstico; tratamento.
Aimed to this present job to inform and to manage the professionals connected with the education about the main features, evolution, diagnosis and treatment of conduct disorder, since the childhood until adulthood. It was intended also to explain the main differences between the indiscipline and the conduct emphasized, as well as highlight the importance of an early diagnosis and the possible drug interventions, therapeutic, family and school.
Keywords:  < conduct disorder; characterization of disease; diagnosis; course and prognosis; treatment >

INTRODUÇÃOCom base nos relatos de educadores e familiares sobre atitudes inadequadas ou consideradas inaceitáveis para crianças e adolescentes, o artigo levantará algumas considerações importantes sobre o Transtorno de Conduta, desde a infância até a fase adulta. Todavia, serão apontadas os principais aspectos tais como: caracterização do transtorno, diagnóstico, curso e prognóstico, fatores associados ao comportamento, avaliação e tratamento, critérios avaliativos, prevalência e intervenções.
O objetivo do presente trabalho é transmitir algumas informações relevantes aos profissionais ligados à área da educação, com o intuito de informar e diferenciar a indisciplina de um Transtorno de Conduta, tendo em vista os inúmeros casos de violência física e moral que emergem hoje nas salas de aula, nas famílias e na sociedade.
O artigo busca dar subsídios aos educadores, orientando o seu trabalho educacional e visando o bem estar da criança.
Acredito que o esclarecimento de tal transtorno seja válido, pois nota-se que atualmente o número de violência, homicídios e uso de drogas aumenta avassaladoramente, sendo assim, através da informação tentar precocemente amenizar as más condutas.
1.CARACTERIZAÇÃO DO TRANSTORNOAlguns comportamentos apresentados durante a infância podem ser observados no desenvolvimento normal de uma criança, tais como: mentir e matar aula, mas segundo Bordin (2.000, p.01), “Para diferenciar normalidade de psicopatologia, é importante verificar se esses comportamentos ocorrem esporadicamente e de modo isolado ou se constituem síndromes”.
Para que o indivíduo possa se enquadrar no diagnóstico de Transtorno de Conduta deverá ter apresentado nos últimos 12 meses comportamentos que incomodem ou perturbem o próximo, se envolver em atividades perigosas e ilegais, a maioria dos envolvidos não apresentam sofrimento ou constrangimento pelas suas atitudes, bem como não se importam em ferir ou maltratar animais e pessoas moralmente ou fisicamente.
Mondoni (2.006, p.01) ressalta também que, “Comportamentos que transgridem a lei constituem a  elinqüência”. Todavia, o que se observa é que este distúrbio do comportamento é mais frequente na infância e adolescência e a primeira causa de encaminhamento ao psiquiatra infantil.
Com base em critérios diagnósticos internacionais (DSM-IV), na infância e na adolescência tais comportamentos fazem parte das categorias Transtorno Desafiador de Oposição (TDO) e Transtorno de Conduta (TC), já na fase adulta, a partir dos 18 anos, se enquadram no Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS).
2.DIAGNÓSTICOSegundo o DSM-IV (1.995) O Transtorno de Conduta implica um padrão repetitivo e persistente de comportamentos no qual são violados os direitos dos outros e regras sociais.
Para que o diagnóstico seja fidedigno, faz-se imprescindível a presença de pelo menos, três das condutas abaixo apontada, e persistente por um período de 12 meses.
•Frequentemente persegue, atormenta, ameaça ou intimida os outros.
•Frequentemente inicia lutas corporais.
•Já usou armas que podem causar ferimentos graves.
•Foi cruel com pessoas, ferindo-as fisicamente.
•Foi cruel com animais.
•Roubou ou assaltou confrontando a vítima.
•Submeteu alguém a atividade sexual forçada.
•Iniciou incêndio com a intenção de provocar sérios danos.
•Destruiu propriedade alheia.
•Arrombou ou invadiu, casas, prédios ou carros.
•Mente ou engana para obter ganhos materiais, favores ou para fugir de obrigações.
•Furtou objetos de valor.
•Frequentemente passa a noite fora, apesar da proibição dos pais.
•Fugiu de casa pelo menos duas vezes, passando a noite fora, enquanto morava com os pais ou substitutos.
•Falta da escola sem motivo, matando aula frequentemente.
Fonte: http://www.psicologia.com.pt/instrumentos/dsm_cid.php
O DSM-IV subdivide o Transtorno de Conduta em dois subtipos: surgimento antes dos 10 anos de idade e após os 10 anos. Tais comportamentos, quando persistentes até a fase adulta (após 18 anos), se caracterizam por Transtorno de Personalidade Antissocial. 
O CID-10 aponta que os transtornos de conduta são caracterizados por padrões persistentes de conduta dissocial, agressiva ou desafiante. Tal comportamento deve comportar grandes violações das expectativas sociais próprias à idade da criança; deve haver mais do que as travessuras infantis ou a rebeldia do adolescente e se trata de um padrão duradouro de comportamento (seis meses ou mais) (CID-10, 1993)

O diagnóstico se baseia na presença de condutas do seguinte tipo:
•manifestações excessivas de agressividade e de tirania;
•crueldade com relação a outras pessoas ou a animais;
•destruição dos bens de outrem;
•condutas incendiárias;
•roubos;
•mentiras repetidas;
•cabular aulas e fugir de casa;
•crises de birra e de desobediência anormalmente freqüentes e graves.
Fonte: CID-10, 1993.

A referida norma citada anteriormente, também subdivide o Transtorno de conduta em: socializados e não socializados. Transtorno de conduta não socializado é caracterizado pela presença de um comportamento dissocial ou agressivo persistente  associado a uma alteração significativa e global das relações com as outras crianças.
Já os diagnosticados com o transtorno socializado apresentam comportamento dissocial ou agressivo manifestando-se em indivíduos habitualmente bem integrados com seus companheiros.
Segundo Silva (2.002 apud DSM-IV-TR, 2.008, p.207) o diagnóstico dado pelo especialista deve especificar a gravidade do transtorno em leve, moderado e grave.
Baseado nos critérios do CID-10 (1.992/1.993) os indivíduos com Transtorno de Oposição e Desafio e Transtorno de Conduta devem apresentar comportamentos pouco empáticos ou pouco preocupados com os sentimentos, desejos e bem-estar dos outros. Podem não apresentar sentimentos de culpa e remorso, que aprendem a simular para evitar punições. A autoestima é baixa e há reduzida tolerância à frustração, ocorrem acessos de raiva, irritabilidade imprudência, ocasionando um número alto de acidentes.
3.CURSO E PROGNÓSTICOEvidências empíricas sugerem que as primeiras manifestações do comportamento antissocial podem aparecer precocemente, aproximadamente aos 18 meses, onde a criança já apresenta comportamentos como agredir os pais e destruir objetos.
Como visto anteriormente os sintomas do Transtorno de Conduta podem surgir desde a infância e persistir até a fase adulta. Na maior parte dos casos, quando o Transtorno de Conduta surge antes dos 10 anos de idade, é muito comum a presença do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). De acordo com Bordin (2.000, p.03) pode observar-se também “A presença de comportamento agressivo, déficit intelectual, convulsões e comprometimento do sistema nervoso central”.
De acordo com Bordin, o aparecimento do TDAH nos diagnóstico de Transtorno de Conduta pode chegar a 43% dos casos, envolvendo principalmente os meninos, já no sexo feminino é mais comum o aparecimento do quadro de ansiedade e depressão (33% dos casos).
Conforme Mondoni (2.006, p.05) “A prevalência do Transtorno de Conduta varia de acordo com muitos estudos, ficando entre 5 a 10%, sendo 2 a 3 vezes mais comuns em meninos”.
Pacheco et. al.(2.005, p.04) aborda que “Crianças que recebem o diagnóstico de Transtorno Desafiador de Oposição na infância, tendem a apresentar um risco aumentado para desenvolver posteriormente Transtorno de Conduta na adolescência”.
A maior parte das crianças diagnosticadas por Transtorno de Conduta ou Transtorno Desafiador de Oposição tendem a apresentar dificuldades de aprendizagem e fracasso escolar.
O que se observa é que comportamentos antissociais apresentados logo na infância, quando não tratados adequadamente, podem ser protótipos de comportamentos delinquentes para a fase adulta, discórdia conjugal, problemas de relacionamento social, uso de drogas e álcool.
Alguns fatores podem estar associados ao comportamento antissocial da criança. O que se observou em alguns estudos em clínicas psiquiátricas, foi que o ambiente familiar e social desajustado poderiam ser fatores de desencadeamento dos Transtornos.
Conforme aponta Bordin (2.000, p.04) alguns fatores seriam “Receber cuidados maternos inadequados, viver em meio à discórdia conjugal, pais agressivos e violentos, mães com problemas de saúde mental e viver em áreas urbanas”. Ainda esta autora nos afirma que há uma taxa maior de criminalidade nos pais biológicos do que nos pais adotivos, formulando a hipótese de uma predisposição biológica para o comportamento anitssocial.
De acordo com Morana (2.006, p.03) sobre o entendimento desses pacientes “É fundamental se considerar o ambiente em que vive o indivíduo e a interação com ele estabelecida”. Ressalta ainda a autora que a negligência e os maus-tratos recebidos por uma criança em que o cérebro está sendo esculpido pela experiência, induz a uma anomalia da circuitaria cerebral, podendo conduzir à agressividade, hiperatividade, distúrbio da atenção, delinquência e abuso de drogas. (Morana, 2.006)
4.AVALIAÇÃOSegundo Barbieri (2.004, p.02) a avaliação da criança será feita a partir de “Assinalamentos e interpretações desde a primeira entrevista com o paciente e envolvidos com o mesmo, e durante a aplicação de técnicas projetivas”.
Para Morana (2.006, p.04) “A avaliação diagnóstica enfrenta polêmica, pois há uma divergência entre valorização das entrevistas livres ou aplicação de testes padronizados.” Com tudo, há profissionais que se utilizam de entrevistas e outros que se apóiam em testes psicológicos.
De qualquer maneira, independente dos procedimentos utilizados para se fazer o psicodiagnóstico, faz-se importante investigar toda a história de vida do examinado, verificando se há ou não padrão anormal de conduta, tomando como base os critérios estabelecidos pelo DSM-IV e CID-10.
Com base nos estudos e relatos de Barbieri (2.004), para se fazer o diagnóstico do transtorno, foi possível notar o uso dos seguintes instrumentos:  entrevistas de anamnese, técnica de Rorschach, sessões psicanalíticas  lúdicas, entrevista familiar diagnóstica e devolutiva.
5.TRATAMENTOAs pessoas diagnosticadas pelo Transtorno desafiador de Oposição, Transtorno de Conduta ou Transtorno de Personalidade necessitam de uma excessiva atenção e acompanhamento precoce, com o intuito de se amenizar os comportamentos antissociais.
Os tratamentos citados na literatura são bastante variados, podendo incluir: acompanhamento do indivíduo diagnosticado, intervenções familiares e junto a equipe escolar, orientando e treinando a família, comunidade e professores.
Os melhores resultados têm sido apontados por aqueles que têm por objetivo o tratamento de sintomas específicos, e a terapia comportamental dialética vem recebendo um reconhecimento internacional de sua eficácia em Transtorno de Personalidade. (MORANA, 2.006)
O que se observa é que nenhum tratamento obtém um resultado satisfatório quando aplicado isoladamente, isto é, faz-se necessário uma equipe multidisciplinar atuante, família, paciente, sociedade, escola e terapeuta, para que desta forma se encontre harmonia na intervenção.
No estudo de Bordin (2.000) é ressaltada a importância de se fazer o diagnóstico precocemente e quanto mais jovem o paciente, melhores os resultados obtidos nas intervenções. Neste mesmo estudo é apontada a importância de apoio aos pais, com o objetivo de se estabelecer métodos mais apropriados para educar o filho, bem como o contato do terapeuta com a escola, com o intuito de amparar a equipe pedagógica no relacionamento aluno/professor, aluno/aluno.
O que se nota é que o envolvimento do paciente com oficinas de artes, pintura, música e esportes contribuem bastante para o tratamento do transtorno, pois se observa a oportunidade do indivíduo estabelecer vínculo afetivo com os profissionais responsáveis pelas atividades, além do paciente se sentir capaz na realização das atividades.
Bordin(2.000) aponta ainda que o uso de medicações faz-se necessário somente em casos onde o paciente manifeste convulsões, agressividades ou depressão. Já na fase adulta, caso haja indícios de suicídio, autoagressão ou homicídio, a hospitalização é um dos recursos utilizados.
Outra contribuição que se tem referente ao tratamento do indivíduo diagnosticado com os transtornos acima citados, é a de Barbieri (2.004, p.05 apud GRUSPUN, 2.004) “Práticas como psicoterapia, atendimento psicopedagógico ou mudança do ambiente da criança devem ser acompanhadas por intervenções com os pais, senso a profilaxia da doença dirigida principalmente a eles”.
6.CONSIDERAÇÕES FINAISBuscou-se apresentar no presente trabalho o conceito e intervenções no tratamento de crianças diagnosticadas com Transtorno de Conduta. Com base nos estudos apresentados, podemos concluir que o Transtorno de Conduta é um problema comportamental possível de ser diagnosticado e tratado, evitando seu agravamento no futuro. Muitas vezes esse transtorno pode vir acompanhado de TDAH, o que poderá acarretar em consequências negativas na vida acadêmica, social e familiar da criança.
Faz-se imprescindível um olhar criterioso por parte da equipe pedagógica que acompanha o aluno, avaliando adequadamente os comportamentos apresentados, e se necessário encaminhando-o para os profissionais competentes. Muitos dos comportamentos apresentados atualmente nas escolas públicas e privadas podem ser indícios de Transtorno de Oposição e Desafio ou até mesmo, Transtorno de Conduta. 

Fabiane Cristina Favarelli Navega

Bibliografia
REFERÊNCIAS
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BORDIN, I. A. S.; OFFORD, D. R. Transtorno da conduta e comportamento anti-social. In: Revista Brasileira de Psiquiatria. São Paulo, v.22, n. 2, 2.000.
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GREVET, E. H. et al. Transtorno de Oposição e Desafio e Transtorno de Conduta: os desfechos no TDAH em adultos. Rio Grande do Sul: Bireme, 2007.n.56, v.1.Disponível em: ? http://www.portal.revistas.bvs.br
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PSICOLOGIA. Psiquiatria geral. Coordenado por: GJBallone. Disponível em: <http://www.psicologia.com.pt/instrumentos/dsm_cid.php
>Acesso em: 19 maio 2010.
Publicado em 04/02/2011 17:13:00
Currículo(s) do(s) autor(es)
Fabiane Cristina Favarelli Navega - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) -
Aluna do curso de pós-graduação do curso de Psicopedagogia pela Universidade Anhanguera. Formada em Pedagogia com habilitação em Educação Especial pela UNIMEP (2.000) atua na área da educação desde janeiro de 2.001.